Junho já vai chegando ao fim

    

June 2020 - Calendar. Isolated on White Background. 3D Illustration


Pessoal, mas um mês vai chegando ao fim. Como nos últimos, trago o APOENA para indicar a vocês. Sei que muitos o estão aproveitando para não se distanciarem dos estudos. Nessa edição, pensamos a existência, essa fatídica realidade que os permite estar lendo, pensando e conjecturando sobre a vida nesse momento. Existências, nesse junho, que ficaram marcadas pela saudade de um forró, das quadrilhas, da alegria. Existências que não podem se dobrar a dureza da realidade, tanto quanto não lhe pode ser indiferente.

 Vocês podem baixar o arquivo aqui ou no site (https://www.apoenafolheto.com.br/), que inclusive tem os outros números (abril e maio)

Fica abaixo um aperitivo, o texto que fiz para apresentação do Folheto.

 

EXISTIR NO AGORA

Capa Apoena_Junho/2020

Kleber Chaves

(Apoena, V01, N03, Junho/2020)

 

Quando esse cenário de pandemia se afirmou, no mês de março, as especulações davam conta de que em junho o pior já teria passado, a ponto de, desde lá (março), ficarem comuns expressões como “o novo normal”, “o pós-pandemia”, “mundo pós-pandemia”.

Sabe o que parece ter acontecido? Muitos estiveram tão preocupados com o futuro, tão entregues a encontrar soluções para o futuro, que as urgências daquele presente, lá, no mês de março, ficaram esquecidas.

O aparente resultado disso tudo? Quando não se cuida do presente, não adianta planejar o futuro, já que o mesmo só se faz no AGORA. Na verdade, o único tempo que possuímos é esse, o presente. O futuro ainda não existe e depende, para existir, de que passemos pelo agora.

Existem duas maneiras de passarmos por esse angustiante momento presente. Encarando-o com profundidade e mergulhando “de cabeça” nele, ou tentando “empurrar com a barriga” e “fazer de conta” que não é com a gente.

Dê uma olhada ao seu redor e tente descobrir qual opção está sendo feita...

Pois bem, chegamos e o futurístico junho já está virando passado. Com ele ficam as marcas de acontecimentos que tornaram tudo mais trágico. Entre tantas vidas perdidas, o menino Miguel Otávio, que associamos a outras mortes (em maio) como a do também menino João Pedro e a de George Floyd.

A existência é trágica por vida. Nós inventamos saídas pela Filosofia, Arte, Ciência, Religião (...) para lidarmos com isso. Mas não podemos, no Brasil, seguir omissos quanto a outra parte da realidade: o racismo estrutura as relações e torna a existência dos negros para além de trágica, cruel, pois a cor da pele segue determinando as relações, (re)criando dificuldades e opressões. Por isso, pintamos de preto todos os quadros de destaque desta edição. A cor daqueles que se tenta omitir, negando tanto as suas existências como os problemas (extras) que a cor da pele os faz enfrentar por uma conjuntura que os quer apagados, sobretudo dos lugares de destaque.


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